segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Caminho


Divisei uma pequena trilha adiante
Segui em frente sem olhar para trás
Era uma passagem estreita e espinhosa
O chão era pedregoso e acidentado
Iniciei a marcha com a certeza de que era o que tinha que ser feito
De onde tirei essa certeza? Nem faço idéia...
Comecei a caminhar sem parar
Nem sei dizer quanto tempo se passou
Até que meus pés começaram a doer
O cansaço se abateu sobre o meu corpo
Parei, respirei fundo, pensei em desistir.
Por que será que iniciei essa caminhada?
Mas, se eu voltasse agora, faria também um longo caminho.
Mas, onde o final dessa trilha? Será que não há um atalho?
Ao redor, só mato fechado; nenhuma outra saída.
Só dá para voltar ou ir em frente
Mas, onde vai dar esse caminho?
.......

5 comentários:

.:Danilo Cruz disse...

" ....Estava lendo um texto antigo sobre ioga quando encontrei uma descrição de antigos discípulos espirituais. Uma palavra em sânscrito aparecia no parágrafo: ANTEVASIN. Significa 'aquele que mora na fronteira'. Antigamente, essa era uma descrição literal. Significava alguém que havia abandonado o centro agitado da vida mundana para ir morar no limite da floresta, onde viviam os mestres espirituais. O antevasin deixava de ser um aldeão - não era uma pessoa com uma vida convencional. Mas ele também não era um transcendente - não era um daqueles sábios que vivem bem lá no fundo das matas intocadas, plenamente realizados. O antevasin era alguém que vivia no meio. Era um habitante da fronteira. Vivia em um lugar de onde podia ver os dois mundos, mas olhava rumo ao desconhecido. E era um estudioso.
...Essa é a minha palavra cara! Na época moderna, é claro, essa floresta virgem teria de ser em sentido figurado, e a fronteira também. Mas ainda é possível viver aí. Ainda é possível viver nessa linha tremeluzente entre seus velhos pensamentos e sua nova compreensão, em um eterno estado de aprendizagem. No sentido figurado, trata-se de uma fronteira que está sempre em movimento - conforme você avança em seus estudos e em suas realizações, essa floresta misteriosa do desconhecido está sempre alguns metros à sua frente, de modo que você precisa viajar com pouca bagagem para conseguir acompanhá-la. Precisa manter-se móvel, maleável, flexível. Escorregadio, até..."
do livro "Comer, Rezar, Amar" de Elizabeth Gilbert

Anônimo disse...

Eu também não sei onde vai dar, mas sei que quero estar ao seu lado.

Pedro Camilo disse...

"Andei, andei, andei até encontrar..."

Anônimo disse...

Faço das minhas, as palavras dos comentáristas acima.

Não teria quase nada a acrescentar, a não ser dizer o mesmo em roupagem nova:

A grande proposta da vida é esse "vir-a-ser". Ninguém vive bem sem metas, sem conquistas, sem ideais para serem conquistados, sem projetos com os quais poder-se-ia quebrar limites e superar barreiras.

A vida é isso. Se não se tem esse tipo de filosofia, não se consegue viver bem .

O grande problema é que quando somos materialistas as nossas metas são muito próximas, imediatas, que normalmente depois de conseguidas abrem espaço para um vazio, frustração, ou uma ansiedade fomentada pelo desejo de uma nova busca.

Entretanto, quando temos uma filosofia que abranja a transcendentalidade a situação muda de configuração, e passamos a ter metas e ideais muito mais mediatos, desafiadores e saudáveis. Ao mesmo tempo as metas materiais e imediatas não nos geram mais nem ansiedade nem frustração ou angustias.

Não é que não haja luta e aflições como disse Jesus ("No mundo só tereis aflições"), mas é a forma com a qual nós encargamos as aflições. Tudo muda, porque o jugo é suave e o fardo é leve.

Bruno Gomes disse...

O caminho pode levar para a minha casa
Ou para a tua casa
Mas o que importa é saber que além desses limites
Vocês ouvirá uma voz suave a dizer:
"- Bem-vindo, a sua nova morada!"

Preparemo-nos para esse mudança inevitável! =)

Forte abraço.