quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Opiniões

Fico me perguntando às vezes porque me preocupo tanto com a opinião dos outros. É evidente que a opinião alheia tem a sua importância, principalmente a das pessoas queridas. Mas, não é esta que deve definir o nosso modo de ser e agir, pelo menos assim eu penso. Pois é, penso, mas mesmo assim me preocupo demais com as opiniões das outras pessoas.
Emitir juízos é uma aptidão muito própria do ser humano, mas por diversas vezes a expressão “eu acho” me produz severas irritações. Muitas vezes é bem melhor uma boca fechada do que um “achismo”.
Cada ser humano tem suas características próprias, ou seja, cada um é como é. É verdade que sempre estamos procurando aparar arestas do nosso caráter para melhorá-lo, acima de tudo para nós mesmo e consequentemente para as pessoas a nossa volta. Mas, em essência, cada um conserva a sua própria natureza, sua personalidade. Então não adianta ficar querendo impor que fulano tenha que ser assim ou assado porque isso só vai causar perturbação e discórdia.
O caro leitor pode então me perguntar: então você é uma pessoa estagnada, estanque, que não progride e vai ser sempre do jeito que está?
Eu respondo que, se no momento isso me apraz, a resposta é sim. Sou assim mesmo como sou, não acho que a gente seja obrigado a ter grandes projetos ou projeto algum se não quiser, nem grandes objetivos. Estou bem como estou nesse momento e quero ir levando assim mesmo, não importa as opiniões contrárias de quem quer que seja. Estas só fazem me incomodar, em vez de me estimular a alguma coisa.
Aí vem outra pergunta: e a “lei do progresso” onde fica? O ser humano é um projeto muito maior para simplesmente ir levando como o resto dos seres vivos.
Respondo tranquilamente que quando eu sentir a necessidade, tiver realmente vontade e condições para tal, empreenderei minha marcha naturalmente e sem ‘forsações de barra’. Aí então será realmente a minha vontade e não porque os outros estão dizendo que eu devo fazer. Aliás, quanto mais enchem o meu saco impondo que tenho que fazer isso ou aquilo, menos tenho vontade de fazer.
Assumo um sério compromisso comigo mesmo de não mais deixar as opiniões alheias me preocuparem tanto. Fodam-se!
E escrevo agora um “achismo” que realmente deveria ser o principal que todos deveriam “achar”: Eu acho que seria melhor cada um se preocupar mais com a própria vida e deixar a dos outros em paz.
Quando uma opinião vem em auxilio a alguma dificuldade, ela com certeza é muito bem-vinda. Mas, pelos menos na minha experiência, esse tipo de opinião tem sido a minoria esmagadora. Agora, a do tipo que enche o saco... pooorraaa!!

Então, essa é a minha opinião!
*

5 comentários:

.:Danilo Cruz disse...

Adorei seu desabafo. E penso que devemos levar em conta a opinião alheia sim, desde que a nossa não seja esquecida. O problema é que não nos conhecemos o suficiente para termos uma opinião própria, e damos demasiado valor às opiniões de outrem. Claro que precisamos uns dos outros para vivermos, mas sem excessos... (ado, a ado, cada um no seu quadrado!)
"Nada em excesso", é o que diz a complementação da frase "conhece-te a ti mesmo", no portal do oráculo de Apolo, em Delfos. Portanto, caminho do meio: nem isolacionismos eremitas, nem perda da personaildade.

Bruno Gomes disse...

Hum, muuito bom! Seu desabafo foi bastante útil para mim no momento.
Opiniões valiosas aparecem de pessoas queridas; muitas vezes Deus age em nosso benefício através de alvitres vindo de outras pessoas amigas.
Todavia, quando nos auto-conhecemos honestamente e quando sabemos o que queremos, essas opiniões tornam-se acréscimos valiosos e dos quais podemos tirar grande proveito; mas não diretrizes únicas que anulam o nosso próprio desejo e personalidade.
Por isso, nesses momentos, sempre penso assim: "Ouço tudo de todos, e tiro o que é coerente."

Anônimo disse...

Opiniões são sempre bem-vindas na minha visão. Principalmente se essa vêm de pessoas pelas quais tenho consideração e respeito pela forma de pensar. Existem pessoas que têm pensamentos diferentes dos meus mas que a forma como lidam com isso é tão respeitosa que o diálogo se torna interessante. Procuro passar as opiniões pelo meu crivo e isso tem sido muito lucrativo para mim. Água estagnada acaba por apodrecer.
O que não me é bem-vindo é a tentativa de manipular. A vontade de impor a sua verdade sobre forma de achismo. Aquela velha máxima onde o outro pode fazer tudo o que quiser contanto que seja o que eu quero.

Larissa Santiago disse...

a psicologia diz que precisamos disso: "do olhar do outro" algum autor já dissee!!
;)

lusborges disse...

Nooossa! quem pisou no teu calo?!
Concordo com vc, as pessoas querem achar demais, interferir sob a desculpa de ajudar.
Por isso que ando mais reservada, falando pouco de mim e das dificuldades.
Mas não me fechei numa ostra, selecionei as pessoas com quem posso conversar.